Ou "O Pinças"...já vao perceber.
Apesar de ter tido a minha fase de sócia do Círculo de Leitores - no fundo era um "gosto de ler e esta é a forma de o meu paizinho me pagar um livro todos os meses" - nunca gostei de receber o Homem do Círculo de Leitores.
Nem sempre a sala de espera tem quatro paredes e envolve uma senhora atrás do balcão a chamar pelo nosso nome.
Nessas, o folhear de uma revista de há quatro meses (onde os mais desatentos ainda descobrem novidades), a Praça da Alegria - sem som - ou a análise de escárnio das restantes pessoas no cubículo ajuda a passar o tempo.
Nessas, o ar condicionado que encuba microscópicas bactérias e as sopra em brisa leve para os nossos pulmões, torna a atmosfera mais agradável.
Nessas, os peixinhos do aquário com a sua memória Tom-ten-seconds, descrevendo a mesma rota em ciclo contínuo, confortam-nos com o pensamento de haver criaturas bem mais estúpidas que nós.
Nessas, há-de chegar uma senhora com voz de assistente de bordo e dizer "pode entrar", com o sorriso fingido que treina todos os dias com pessoas diferentes. Senão, pede deculpa e estima meia hora para nos atenderem.
Mas e nestas? Sem entretenimento ou distracção que nos valha, sem estimativas de tempo para acabar e ninguém para nos agarrar pelos ombros, abanicando firmemente,e nos gritar: mas do que raio estás à espera?!
Bem, vou ali mastigar um Tic Tac e já volto.
Nota: Caso se estejam a perguntar, estou só à espera de uma pizza, sim?
Não é título de filme, nem guia de auto-ajuda para conquistar os nossos sonhos, muito menos referência ao dia que o meu tio caiu do telhado (tenham calma, só partiu um bracinho).
Este é o número de posts vossos que tenho andado a perder, pelo menos dos meus cantinhos de visita mais regulares.
Gostava de ter uma desculpa glamourosa, como "fui passar uma temporada num spa dos Alpes Suiços", aventureira como "fui fazer um safari na Tanzânia" ou solidária como "estive num retiro espiritual numa zona remota de África onde ajudei a salvar crianças".
Nops.
Estive a trabalhar. Sim, também aos Domingos e dias santos.
E sim, nas outras semanas também trabalho, mas costumo ter tempo para..como é que se chama?...ah! respirar!
De maneira que vos ignorei completamente e até vou privar os leitores mais assíduos do já habitual e mensal Horóscopo Fictício.
Hei-de passar os olhos por todos os vossos posts, mas perdoem-me a falta de comentários, que além das artroses, da corcunda, e da miopia galopante provocada pelos últimos dias à frente de um computador a fazer trabalho semi-automático, tenho outro sintoma designado, em termos técnicos, por falta de pachorra.
Um avé para a minha colega de tortura, alentejana. Só tu compreendes verdadeiramente estas palavras cansadas.
Como disseste tão bem: foi trabalho de cão...e nem um biscoito!
Nota gramatical: A expressão "palavras cansadas" usada na penúltima frase constitui uma figura de estilo designada por metonímia. Confere-se uma qualidade a um sujeito intermediário, com relação de contiguidade e não ao que realmente pertence. Cansada estou eu, não as palavras. [isto porque, mesmo cansada, uma lição humilde de português nunca é demais]
Hoje é 1 de Junho, Dia Mundial da Criança. É hábito dar-se os parabéns ao adulto ou semi-crescido ao nosso lado, por graça, e ouvir a resposta: sou mesmo! nunca deixarei de ser criança!
E, se me perguntarem, metade dos problemas da sociedade deve-se precisamente a haver mais gente a festejar este dia do que era suposto.
. Alô?
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